segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Pedalboard 2013 – Marcos “Lelo” Craveiro

 

Desde que comecei este blog anos atrás, muita coisa mudou na aparelhagem. Adequando meu set up para aproximar ainda mais meu timbre ao que considero ideal, substituí alguns e eliminei outros. Também acrescentei coisas que se mostraram mais eficazes do que os anteriores, e por fim, alguns foram apenas substituídos por algo que já era sonho antigo. Além de tudo isso, houve uma pequena alteração na ordem dos pedais.

Nessa “dança dos pedais”, saíram do antigo pedalboard:

o overdrive ZW-44 MXR (que era usado como boost) ,

 

 

 

 

 

 

o distortion RAT 2 da PROCO,

 

 

o ODM-3 da Newell,

 

 

o versátil flanger da Boss BF-3,

 

 

e o compressor Marshall ED-1.

 

Para ocupar estes postos entraram:

o distortion “Wampler Plextortion”,

o fuzz Voodoo Lab Superfuzz,

um novo flanger (antigo sonho), o MXR Flanger EVH

e um afinador Korg Pitchblack.

 

► Explicando as mudanças:

Na sessão de distorção do board, eu resolvi substituir o RAT 2, que é um pedal muito bacana, porém,  na prática, se mostrou um tanto limitado pela característica mais conhecida dessa unidade: ele achata de tal forma o som que isso compromete os graves. Gostava do timbre dele, mas isso sempre me incomodou. Somado a isso,  havia também um pouco mais de rispidez do que meu gosto pessoal admitia no som final, e essa característica só era diluída se eu usasse uma boa dose de delay, coisa que normalmente não faço em solos e bases (prefiro um som mais cru, mais próximo de como era feito nos 70’s). Aliado a isso, sua equalização não me deixava opções, já que seu único knob de “filter” apenas abafava em demasia o resultado. Eu acho que ainda assim ele teria algumas utilizações, mas era de uso reduzido demais pro meu repertório.

Precisando de algo mais versátil que me entregasse mais ganho sem perder peso, optei pelo Wampler Plextortion.

Essa unidade, por enquanto, vem se mostrando muito melhor em todos esses quesitos. Sua equalização é a melhor que já ouvi em um pedal (a wampler é sensacional nisso). Tem mais opções, pois conta com treble, middle and bass, além de uma chave que alterna do modo “vintage” pra “modern”, sendo o modo vintage mais abafado mas sem prejudicar o resultado.

Por conta de todas estas características, me desfiz também do pedal da Newell ODM-3 que tinha a função de timbrar aquilo que o RAT não fazia: uma distorção com mais “gordura”, menos ríspida, característica essa que o Wampler Plextortion faz com um pé nas costas (sendo este último centenas de vezes melhor), então ambos caíram fora pra deixar apenas o Plextortion em seus lugares.

O ZW-44 Zakk Wylde overdrive era meu segundo booster. Cumpria a função de empurrar o drive do amp sem carregar nos médios, com o plus de não roubar os graves assim como o TS-9 o faz.

O TS-9 é bem eficaz nessa função de fazer os médios saltarem dando esse sabor anos 70 pro timbre, e quando empurra o drive do amp valvulado, ele se destaca no mix da banda, porém, algumas vezes sentia falta de peso dependendo do tema que estava executando. O ZW-44 conduzia até que mui bem esta função de boost com mais peso, mas eu sempre achei esta unidade muito ruidosa, certamente um problema de projeto, já que tive anteriormente um clone que fazia os mesmos ruídos.

Com a entrada do Plextortion,  passei também a usá-lo para cobrir esta função do ZW-44 no set, bastando acertar seu ganho e equalização para tanto, onde ele deixa de cumprir a função de distortion no canal clean do amp e passa agora a empurrar o canal drive do amp. Ainda estou em fase de testes dessa forma de uso, mas ele já se mostrou bem mais eficaz e orgânico, sem falar que é extremamente silencioso.

O compressor Marshall saiu do board para entrar um pedal que ainda não possuo, que é um clean boost no meio da cadeia, provavelmente um Xotic RC Booster. Não me adaptei ao uso do compressor no fim das contas. Ele é útil sim, e tem muitos usos, mas aqui o que vale é o resultado pro meu som, e pra isso, a pouca utilidade somada à minha grande inépcia ao empregá-lo a serviço das minhas necessidades me fizeram desistir da ideia de mantê-lo ali. Hoje seu lugar no board é ocupado por algo mais útil, um afinador Korg Pitchblack, pois uma vez que passei a usar mais uma Les Paul sem micro afinação, (coisa que minha Heartfield da Fender possui), precisei corrigir mais a afinação ao vivo.

O flanger BF-3 Boss saiu do set por um único motivo: meu fetiche por um MXR Flanger. A coisa aqui é somente pela procura do timbre exato, algo totalmente pessoal. O Boss não me deixou na mão no que era necessário, e até tem muito mais funções que o MXR, mas aconteceu uma daquelas oportunidades imperdíveis de um parente me trazer dos EUA uma unidade dessas, então seu preço virou totalmente pagável, ao contrário aqui do Brasil onde ele normalmente custa algo irreal e impraticável. O MXR FLANGER EVH tem como vantagem em relação ao Boss o peso no timbre e uma facilidade de setagem que sempre o deixa orgânico. O Boss tem menos peso e requer mais prática do guitarrista em achar o ponto exato do que você procura. Mas de contra, é só. A versatilidade do Boss era invejável, além do que, ele possuia tap tempo, era estéreo, tinha gate/pan e simulava bem outros efeitos como um rotary speaker, então, no fim das contas, o som que estava “colado” nos meus ouvidos do “timbre exato” do MXR foi seu fator crucial pra trocar o boss no meu set up.

Por fim, consegui adquirir um pedal que é hoje extremamente usado no repertório que toco por aí: um Fuzz ! e o escolhido foi o Voodoo Lab Superfuzz.

Ele entrou não para substituir outro pedal, mas para aumentar a variedade de timbragens da parte dos drives. Muita coisa que toco é dos anos 60 e 70, época que o fuzz era base de boa parte do que foi gravado no rock. O problema é que eu queria um fuzz que não fosse “sujo” demais, indefinido demais. Como é um tipo de efeito que varia muito de acordo com a guitarra/captação e amp, resolvi tentar este fuzz da voodoo lab que pelo que eu ouvia, tinha uma “cara” de overdrive setentista, mas que não deixava de soar como um bom fuzz de acordo com a regulagem, porém, sempre com uma boa dose de definição. Não afirmo que ele é o fuzz “definitivo” no meu set, mas gosto bastante de seu timbre. Ele também pode ser usado como boost em determinadas situações, oferecendo uma opção a mais de sonoridade, além do que, uma vez sendo boostado, ele possui um bonito sustain, típico de bons pedais de fuzz. Não é um fuzz de germânio, é de silício, e acho que só notei um “contra”, que é uma boa dose de ruído, coisa que não sei se é normal em todo e qualquer fuzz.

Após a entrada e saída de todos estes pedais, mexi também na ORDEM DOS PEDAIS. No meu antigo set, o TS-9 era meu último pedal da cadeia, pois só boostava o amp. Hoje ele é o primeiro da cadeia de drives, pois ele atua também como boost do fuzz em algumas situações.

Bem, após tudo isso, meu atual set tem a seguinte ordem:

Guitarra Vox Wah - Korg Pitchblack Tuner - MXR Phase 90 (block Logo w/ R28 mod ) - MXR EVH Flanger - Boss DD-3 Delay - Ibanez TS-9 - Wampler Plextortion - VoodooLab Superfuzz  Input Amp

completa o set um Baby Booster "Hobbertt" (clean boost plugado no loop do amp)  e o Power Supply - 1A by "Big Effects" .

1-Marcos-Lelo-Craveiro_WEB.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Meu set saiu publicado na página de pedalboards dos leitores da Premier Guitar.

Primeirão de 2013 !  Smiley piscando

 

Abraços!

Marcos “Lelo” Craveiro

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Review de pedais - Boss BF-3 Flanger - Marcos “Lelo” Craveiro




Pedais Boss, em alguns fóruns, já é sinônimo de discórdia. Alguns por usarem mal seus recursos, outros por simplesmente não se encaixarem naquilo que é a proposta do pedal, outros por terem condições de acesso aos caríssimos pedais de ponta, e alguns, por simples preconceito... Por outro lado, alguns conseguem ótimos resultados e adaptam-se bem ao uso criativo das suas possibilidades. Estes últimos, assim como eu, possuem um exemplar da Boss há muitos anos em seu setup. Enfim, qualquer pedal/efeito sofre desse mal, mas infelizmente a boss parece ser uma marca que apesar de consagrada, virou ponto de discórdia. Meu review não pretende defender, exaltar e muito menos diminuir a marca, apenas apresentar o que é possível de se retirar desse pedal sob minha perspectiva. O pedal avaliado neste review em questão, se não é o modelo top em flangers do mercado, é um excelente pedal, versátil e de preço bem razoável.
Adoro alguns modelos de flangers, como o MXR e os da EHX, e sei que soam até mais orgânicos, mas os altos preços desses modelos me levaram à época que escrevi este review a tentar o modelo da Boss.
Bom, um dos problemas com efeitos, principalmente modulações, é a falta de paciência do guitarrista em procurar aquilo que o pedal de fato oferece e encaixá-lo no seu som, então, procuro nos meus samples apresentar as regulagens de alguns temas conhecidos dentro (ou fora) do classic rock (que é minha praia), tentando sugerir possibilidades, e de onde possam partir para encontrarem suas próprias regulagens, lembrando sempre que a pegada do guitarrista e o conjunto “guitarra / captador / amplificador / efeitos adicionados” são primordiais para resultados satisfatórios, e é claro: ter um objetivo para usar o efeito irá ajudar bastante, pois tem quem apenas cisme em adquirir um efeito, sem saber ao certo do porquê irá utilizá-lo, e como não se trata de uma pedaleira com patches prontos, vai precisar de algum tempo se ajustando ao efeito.
O BF-3 Flanger é um upgrade do famoso BF-2. É estéreo, tem também uma entrada específica para contrabaixo, e possue a função TAP TEMPO. Como existem manuais disponíveis dessa linha de pedal para download,  vou tentar dar uma abordagem levemente pessoal a suas funções misturando com as definições do manual. 
(cliqne no logo abaixo para acessar a página da boss para download do manual do usuário: )


Bem, seus knobs consistem em:

1) RES (resonance) / MAN (manual) - é aqui que você faz o que seria um tipo de ajuste de “tone” no seu flanger, sendo:
  • Resonance: Ajusta a quantidade de feedback do efeito. Virando o knob à direta você enfatiza mais o som de flanger e mais forte tornar-se a característica do efeito. Este parâmetro controla o efeito de “vai e vem”. No entanto como este efeito está diretamente ligado a quantidade de desafinação (depht), se vc alterar o depht, deve também regular novamente o ressonance para chegar no tempo desejado. O alcance desta função varia de acordo com o modo selecionado.
  • Manual: Ajusta o centro da frequência onde o efeito será aplicado. A faixa (indo para algo mais agudo) aumenta virando o knob à direita (no sentido horário), então, do contrário, se você partir com o knob todo voltado para esquerda (7h) você notará que ele atua numa faixa mais grave, ou menos aberta, e vice versa, ou seja, quando o knob estiver totalmente girado para direita (5h), você notará uma ampliação da abertura do efeito. Uma dica pra perceber como age este knob de forma evidente é deixá-lo girado completamente para um dos lados, colocar os knobs restantes em 12h, e jogar o MODO de flanger em ULTRA. Abafe o som das suas cordas e bata ritmicamente escutando o resultado da onda, depois gire o knob manual completamente para o outro lado e repita a operação. Assim ouve-se perfeitamente a faixa onde ele está trabalhando. Pode-se fazer o mesmo com o “Resonance”, lhe dará uma idéia melhor de atuação.
2) Depth: Controla a profundidade da onda;
3) Rate: controla a velocidade da oscilação do efeito, acelerando o mesmo ao girar o knob à direita.
(► nota: a função “tap tempo” do pedal atua sobre este parâmetro, só que com a possibilidade de ajuste pelo footswitch, em tempo real);
4) MODE (modos ou funções)
    são 4 : a) Momentary     b) Gate – Pan      c) Standard       d) Ultra
    Sendo que:
a) Momentary – você ajusta os parâmetros do efeito como desejado (que funcionarão no modo STANDARD nessa função), e só quando pisa e mantém pressionado o footswitch é que o efeito atua, soltando o foot, o efeito cessa imediatamente. O efeito sempre parte (inicia) do grave nesse modo. Indicado para pequeninos trechos onde acionar e desacionar dessa forma é bem mais rápido e eficiente do que seria do modo regular, permitindo a adição do efeito no exato ponto desejado do fraseado;
b) Gate / Pan -
Quando usado em MONO, soará como um efeito de GATE, onde o sinal é recortado (como um “engasgo” sonoro, mudanças bruscas de volume de forma alternada) pois ficará oscilando entre o canal A (onde o sinal passa) e o canal B (onde não existe som, pois nenhum cabo está plugado).
Quando o pedal é usado em ESTÉREO (ambas as saídas do pedal - A e B - sendo usadas), soará como PAN, ou seja, o efeito ficará passeando de um lado para o outro, na velocidade e profundidade que for setado, o que sugere um efeito tridimensional, transmitindo a sensação de rotação. Ligado em duas caixas em lados opostos do palco, torna-se algo fantástico;
c) Standard – é a função padrão (e mais usada) do Flanger, como era no modelo anterior, BF-2;
d) Ultra – é uma função, como o nome sugere, para “turbinar’ seu flanger, exacerbando o efeito, seria algo como o modo standard dobrado, o “jatinho” vira “concorde” aqui ahaha, e é a função mais fácil de se “errar a mão” ao ajustar e ou usar, mas com paciência te permite algumas inovações;
O “tap tempo” tem a velocidade demonstrada pela variação de cor do LED (a velocidade que alterna é a mesma que o led muda de verde para vermelho), e para acionar essa função, basta pressionar o foot e segurá-lo por 2 segundos.

Seu consumo (segundo o manual) é de 40mA, menor que o delay digital da Boss, e este modelo automaticante se liga quando você conecta na fonte (não é defeito, é assim mesmo). Dependendo do tipo de captação do seu instrumento (se ele injetar muito sinal), pode (não obrigatoriamente) haver algum tipo de distorção no sinal em algumas regulagens, que é facilmente compensado mexendo sutilmente no knob de volume do instrumento. Exatamente por essas características, eu recomendo que você teste seu flanger ANTES dos drives. Dessa forma não há uma mistura do som já distorcido vindo dos pedais de drive somado ao resultado do flanger, o que pode ocasionar um boost de médios não agradável (coisa rara pelos relatos de amigos). Isso não é obrigatório, e também não se configura no “jeito certo”, é apenas uma sugestão para que você experimente.
Ao vivo, meu som de drive vêm do amplificador, e como ligo minhas modulações no input do amplificador, tenho-as sempre antes do drive... antigamente os pedais de ganho do meu pedalboard eram normalmente usados antes das modulações, porém, novas aquisições me fizeram mudar toda ordem na cadeia de pedais, tendo-os todos após as modulações.
Uma dica para quem resolver experimentar este modelo de pedal -  e quiser retirar melhores resultados de algum som específico de FLANGER é ter em mente que os knobs “Res / Man”, são determinantes no ajuste fino. E quando digo “ajuste fino” é realmente entender que um “mínimo ponto” movido pode ultrapassar a linha do que o deixaria com o som mais METALIZADO, ou, retirar exatamente aquele “a mais” indesejável, mantendo tanto a característica do efeito de “vai e vem” que você perseguir, quanto aquele som mais “entubado”, que é uma bonita característica de uso dos flangers, e que estão nesse limiar onde você pode também errar a mão no ajuste. Se você encontrar o ponto certo na faixa do knob “Manual”, então ao trabalhar com o knob “RES” faça-o de modo a girar minimamente, e ao mesmo tempo, dar esse mesmo cuidado ao DEPTH, pois RES e DEPTH nesse momento trabalham em conjunto. (Dito isso, acredito que qualquer teste em lojas onde você está sempre sendo apressado pelo vendedor passa a ser mais difícil de notar qualquer dessas nuances).
Flanger teve seu “auge” (ou seu uso abusivo, como preferirem) nos anos 80, principalmente sendo usado nas bandas pops e new waves, mas muitos clássicos do rock apresentaram seu uso, como em canções do Van Halen, do Police, do Led Zeppelin, Deep Purple entre outros...
Como sempre, procuro aproximar as regulagens de algumas músicas e demonstrar as regulagens para aqueles que nunca tiveram um - ou que compraram um mas não tiveram paciência em regular - possam partir de alguma base.
Espero que os samples sejam úteis, e como sempre, espero a compreensão de que se trata de um “lado do prisma” de como abordar este efeito, e em especial, este modelo de pedal, e que não seja encarado como “a única” forma de observar o mesmo. Você certamente poderá utilizá-lo de forma até melhor adequando ao seu gosto e necessidades.
Os samples foram gravados no meu PC usando um simulador de cabinet da “Big Effects”, que me permite jogar o som pra dentro do micro sem problemas de captação por microfone, e em alguns samples, alguns pedais como compressor (Marshall ED-1), overdrive (TS-9 e ODM-3 Newell) e delay (Boss DD-3) foram utilizados pra compor a idéia. O reverber foi adicionado sempre depois, pois o simulador de cabinet não possui reverber como na média dos amplificadores. A guitarra utilizada foi minha Fender Talon IV Heartfield, que possui dois Humbuckers DiMarzio Paf Pro, ponte e braço, e um single coil fender no meio. Quando utilizo o single nos samples, este está sempre ligado junto ao Humbucker da ponte, mas com este último splitado (SC + HB split).



►► SAMPLES - PARTE 1  

(YOUTUBE)

  • FLANGER NO MODO STANDARD
1) “Back on the Chain Gang” (Pretenders): No original desta música usa-se um chorus, creio eu, e aqui coloco uma opção pra usar o efeito na base clean simulando o mesmo, o que dá um bom resultado. (SC + HB ponte split);

2) “Purple Rain” (Prince): escolhi este som pra mostrar o clássico som do Flanger dos anos 80, guita clean, (SC + HB ponte split);

3) “When the Leeve Breaks” (Led Zeppelin): clássicão “lado B” do Led (que sempre cito bastante nos meus samples :D ). O fato curioso aqui é que pus todos os knobs do flanger em 12h e procurei algo que pudesse tocar dessa maneira, onde não precisaria pensar em nada de regulagens, e deu nisso... fiz o mesmo com o Delay da Boss (DD-3) quando o adquiri, como forma de ver o que o efeito me oferecia, e tambem obtive muitos resultados de onde “partir” em busca de outros. É minha maneira pessoal de dizer “olá” ao novo efeito; (SC + HB ponte split)

4) “Every Breath You Take” (Police): Esta banda usa e abusa de Flanger. Pensei em gravar uns 10 trechos seguidos só de coisas do Police por conta disso, pois esse pedal parece feito pra esta ótima banda. Aproveitei o mesmo caso citado acima, o dos knobs em 12h, pra obter o resultado aqui. Só que dessa vez, por coincidência, eu tinha uma Backing Track de baixo/bateria/teclado dessa canção e usei pra gravar a guitarra por cima. O drive usado é um TS-9. (HB ponte)

5) “Nobody´s Fault but Mine” (Led Zeppelin): Flanger é muito associado aos sons dos anos 80, mas e “rock dos 70”? muitos clássicos usaram este efeito, e aqui nessa intro, foi usado até de forma nada sutil, nessa pilha de guitarras, com drive estilão marshall (produzido pelo ODM-3 da Newell). Os exemplos que usei anteriormente eram, até então, com som clean, então abri a parte de sons com drive com este tema. A curiosidade fica por conta de que ao vivo, Jimmy Page usava um MXR phaser 90 pra tocar esta mesma intro; (HB ponte)

6) “You Fool No One” (Deep Purple): Ritchie Blackmore usou muito Flanger, principalmente no álbum “Burn” de 1974, ou seja, metade da década de 70. Retirei dois exemplos desse álbum, sendo este o primeiro, onde ele usa o flanger com ótimo resultado, sem ser de forma abusiva, e com drive mais controlado também; (SC + HB ponte split)

7) “Mistreated” (Deep Purple): segundo exemplo do album “Burn”, dessa vez o flanger soa mais proeminente e o “Rate” é menor, deixando-o soar mais profundo e com menos “vai e vem”, além de estar somado a um drive mais forte; (SC + HB ponte split)

8) “Don´t Tell Me [What Love Can Do]” (Van Halen): como vinha diminuindo o RATE, cheguei nesse sample com ele no mínimo. O intuito aqui foi usar o Flanger com o knob RATE zerado e tentar obter uma “aproximação” dessa música, onde o flanger soa sem o “vai e vem” de forma evidente. Nota: eu não afinei o mizão em ré, como é o padrão dessa música, fiz uma adaptação tocando um power chord invertido pra obter um resultado próximo. (HB ponte)
 


►► SAMPLES - PARTE 2



(YOUTUBE)

FLANGER NO MODO ULTRA

1) “She Sells Sanctuary” (The Cult): intro dessa música, usada pra demonstrar o flanger no modo mais proeminente. (HB ponte)
2) “No Quarter” (Led Zeppelin): testando o modo “Ultra”, comecei a fugir do óbvio dessa função e acabei por encontrar esta regulagem, que me fez experimentar montar um arranjo para guitarra do “piano elétrico” dessa canção. Achei a função extremamente interessante e já faz parte das minhas regulagens favoritas, onde ele lembra um tremolo, mas dá um leve sabor do Flanger ao mesmo tempo. Aqui os knobs “RES / MAN” estão exatamente de lado opostos. (HB ponte + HB braço)
3) “Tema improvisado” (feito por mim): montei um tema pra usar o flanger no modo mais forte deste flanger, o “ultra”, porém, tentei deixar o efeito não encobrir a idéia, pois usar mal esta função impede seu uso de forma “musical” e o transforma em apenas um amontoado de modulação; (SC + HB ponte split)
 
  • FLANGER NO MODO GATE / PAN
1) “Improviso usando o Modo Gate” (feito por mim): Apenas um improviso aproveitando a sugestão ritmica do mesmo;
2) “Won´t Get Fooled Again” (The Who) – aproveitando as mesmas características do sintetizador dessa música e fazendo o arrando transposto para guitarra, com o Flanger nesse modo;
 
  • FLANGER NO MODO “MOMENTARY”
Nota: Esta função não se trata de uma nova “sonoridade de flanger”, e sim, uma ferramenta de acionamento diferenciada, de um modo já existente no pedal, no caso, habilitada sempre no modo STANDARD, então não vi necessidade de gravar algo com ela.
Abraços!
Marcos “Lelo” Craveiro

Review de pedais - MXR Phase 90 - Marcos “Lelo” Craveiro





O Phase 90 é um clássico entre os pedais de modulação, popularizado por vários guitarristas nos anos 70, entre eles, David Gilmour, Keith Richards, Jimmy Page, Brian May e posteriormente e de forma mais notória, por Eddie Van Halen. Simples, com apenas um botão que regula a velocidade do efeito, é praticamente um “plug and play”.
Existem modelos como o Phase 90 ”Script Logo” (com e sem led) e os tais “Block Logo” (que é o que possuo e posterior à versão Script Logo) que são reconhecíveis pela maneira como o nome “phase 90” está escrito, além de sutis diferenças timbrísticas que não saberia descrever com exatidão. Existe também a versão do Eddie Van Halen, “EVH 90 Phase 90 ” com suas tradicionais listras e um “script switch” que permite alternar entre o som do phase script e o do block logo.  O pedal ilustrado aqui é o BLOCK LOGO.
O Phase 90 soa orgânico e pronunciado, mas não chega ao phases profundos ou pirações modernas que alguns modelos de outras marcas possuem. Se você está à procura de experimentações, de criar “sons novos” com phaser, este pedal pode não ser a melhor opção. Porém, se procura um phaser na medida certa e não está querendo complicações, o Phase 90 parece o pedal ideal.
Quando comecei a me interessar em colocar modulações e ambiências no meu board, procurei alguns efeitos que pudessem me dar o que ouvia em gravações dos guitarristas que admirava. Já em alguns casos, fugi disso, queria versatilidade, como no caso do flanger e do delay, mas ao chegar no phaser, me soou definitivo a opção por um som final orgânico, gordo, “espumante”, como diz um velho amigo, e, principalmente, um som “clássico”. Alguns modelos como o BOSS ou o Digitech Hyper Phase, por exemplo, me davam muito mais opções, sons experimentais e etc., mas não me traziam estas desejadas características de timbre citadas anteriormente. Bastaram 5 minutos tocando alguns riffs e solos conhecidos com um phase 90 para eu saber que se tratava do pedal definitivo pro meu universo musical.
Lembro de executar a introdução de “Achilles Last Stand”, do Led Zeppelin, e sentir que tinha ali o timbre exato, sem precisar de nenhum ajuste, assim como vários trechos de canções dos Rolling Stones, Pink Floyd e Queen, e, por fim, os clássicos do Van Halen, que não deixam dúvidas na escolha timbrística.
O pedal, porém, tem uma característica não tão desejável para alguns que é o fato de dar um boost nos médios em determinadas condições. Existem “mods” (modificações) simples que eliminam isto, transformando-o em algo mais próximo do antigo “phase 90 script logo” (não idêntico em todas suas características, porém, como salientei no início, não testei o antigo phase 90 o suficiente pra notar todas as similaridades e diferenças). A mais famosa “mod” trata-se da remoção do resistor R28 (http://www.eddievanhalen.com/images/uploads/MXR_p90_mod.jpg)         que promete atenuar a distorção causada nos médios. Não sendo suficiente, ainda há mais dicas que podem ser encontradas no Google (digite “phase 90 mods” que será possível encontrar várias referências com diagramas e fotos). Todas são muito simples, bastando, na maioria dos casos, apenas remover um resistor ou outro. Porém, se tiver curiosidade de experimentar, tenha certeza de que sabe manusear um ferro de solda pra não transformar uma experiência em uma catástrofe.
O pedal não é truebypass, mas não é um ladrão de sinal. Seu consumo é de 5mA. Um ponto que não gosto dos pedais da MXR é tanto a incômoda localização do JACK de força (na lateral, próximo do jack dos cabos) assim como a falta de uma tampa de fácil acesso para colocar uma bateria de 9v. Nesses modelos, é necessário desparafusar a tampa de baixo do pedal pra ter acesso ao compartimento da bateria. Sua carcaça, porém, é resistente, um “tanque de guerra”, e sobre seu tamanho, creio ser o ideal, diferentemente dos excelentes (porém gigantescos) pedais da Electro-Harmonix.
No vídeo a seguir, os trechos de algumas canções conhecidas utilizadas (e outros trechos com apenas improvisos) demonstram uma progressão do knob de velocidade (speed), sendo usado do início ao fim de seu curso, através de uma base rítmica lenta, passando por riffs nota por nota, mesclando ambas as coisas, usando o canal clean e o de drive do amp, leve overdrive, drive mais forte, bases utilizando captadores single-coil, usando humbucking, bases simulando uma quase “leslie” e etc..
Foi usado na gravação do vídeo um microfone MB3k Audio Technica, uma guitarra Fender Talon IV Heartfield (2HB Dimarzio Paf Prof - Neck / Bridge) e 1 SC fender (Middle) e um amp. Ultra Chorus Fender Solid State 130w.
Listo abaixo os trechos do vídeo com suas características, lembrando sempre que são aproximações das idéias das canções originais, quase sempre feitas apenas com o que me recordo das mesmas, e não cópias fiéis, já que a idéia é ter o pedal sendo utilizado em situações que soaram de modo eficiente:

►► SAMPLES (youtube)




 “Heaven” – Rolling Stones (Captador SC Bridge + Middle / amp. canal clean): o original não deve ser nenhuma dessas duas opções de caps (creio em se tratar obviamente de outra escolha de captação, além do que, foi usado um amp valvulado que gera uma levíssima base crunchada), mas esta base gravada aqui me serviu pra aproveitar exatamente aquele boost de médios que o pedal possui e que gera uma pequenina distorção no resultado final, que é o que eu pretendia demonstrar em um canal limpo do amplificador, além da velocidade da onda;
 “Keep Yourself Alive” – Queen (captador HB Bridge / amp. canal drive): a idéia aqui foi utilizar um riff conhecido onde o mesmo privilegia o efeito “indo e vindo”, como uma “cavalgada”. Percebe-se bem a onda atuando, além do que, é um riff clássico onde foi utilizado o phase;
 “The Rover” / “Achilles Last Stand” – Led Zeppelin (cap HB Bridge / amp. canal drive): banda clássica, canções idem. A primeira, um riff que em sua maior parte está calcado em nota por nota. Você percebe que a cada nota palhetada ele pega um determinado momento da onda, vocalizando de formas diferentes, e então passa pra uma base mais forte onde o efeito pode ser percebido por inteiro.
Em seguida, a intro de Achilles Last Stand, que também privilegia o efeito nota por nota, porém desta vez deixando-as soar dentro do arpejo dos acordes iniciais, dando a sensação de continuidade. Esta canção tem várias partes e muitas guitarras empilhadas. No trecho onde se percebe uma "subida de guitarras", que originalmente foi gravado com 2 guitarras, fiz um arranjo que simula duas guitarras, tocando duetos, e a cada duas notas vc observa a mudança da posição da onda do phase, o que gera um efeito muito bacana. Jimmy Page abusava do phase ao vivo, principalmente de 1975 em diante, embora nem sempre tendo um uso tão feliz quanto em estúdio, pois em alguns casos colocava o efeito onde ele não usava originalmente em estúdio. Este trecho de "Achilles..." me baseei tanto na versão de estúdio como no uso dele ao vivo;
► "Hot Stuff" / "Breathe (Reprise)" (R. Stones / Pink Floyd) (cap SC Neck + Middle – amp. canal drive): a primeira, uma base funk dos Stones bem anos 70, situação em que aliás várias bandas funks dos anos 70 usaram este efeito. Aproveitando a mesma setagem, uma "simulação" de um pequenino trecho de uma canção famosa do Pink Floyd, que não é bem um phase e nem sei bem se na gravação original trata-se de um tipo de univibe ou uma mescla com outros, mas, de qualquer forma, a idéia era mencionar que nesse caso o phase funciona a contento, ainda que não o ideal;
► "improviso 1" - (cap HB Neck - canal drive amp.): aqui a intenção era simular um "rotary-speaker", coisa bem "Deep Purple" e afins dos 70. Esta faixa de "speed", que compreende entre 13 e 15h do phase, associado a um bom drive, me lembra muito este tipo de efeito;
► "Good Morning Little School Girl" - (cap HB Neck + Bridge - canal drive amp.): riff de uma canção de Willie Dixon que foi regravada por Paul Rodgers, do Bad Company, juntamente com Jeff Beck. Assisti certa vez essa música ao vivo em um vídeo (o guitarrista então era o Neal Schon) que usava efeito similar. A idéia é uma continuação do exemplo anterior, porém mais sutil;
 "improviso 2" (cap SC Bridge + Middle - canal drive amp.): criei uma base qualquer pra mostrar o efeito com o "speed" no máximo. Efeito interessante, mas de talvez pouco uso.
     Bom, percorrido o knob de speed do começo ao fim, resolvi terminar o vídeo gravando 4 pequenos trechos/exemplos do Phase 90 em músicas do Van Halen - da fase "David Lee Roth" - quando o Eddie Van Halen popularizou este pedal:

 (cap HB Bridge - canal drive do amp + mid boost do amp ligado)

  Ordem dos trechos:

1- Intro de "Atomic Punk" (Eddie VH usa a palma da mão para esfregar as cordas e dar um efeito rítmico interessante e muito criativo com o Phase 90);
2- "Dance the Night Away" (trecho onde Eddie usa tapping pra gerar harmônicos juntamente com o Phase 90);
3- "Meanstreet" (trecho pré-solo);
4- "Ain´t Talkin´ ´Bout Love" (solo da canção. O detalhe é que nessa música Eddie usa tanto o Phase 90, da MXR, como também o excelente Flanger da mesma marca, alternando entre o Flanger na introdução pro Phase no solo. É fácil de confundir nas primeiras audições).

Abraços,
Marcos “Lelo” Craveiro